segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Estamos reclamando de barriga cheia???

Sempre machucamos quem mais amamos, sofremos por amar quem não nos ama, nos importamos com quem não nos reconhece, esquecemos o que temos e queremos exclusivamente o pouco que falta.


Quando amamos achamos que é demais, e quando não temos este amor nos sentimos vazios, como se não existíssemos e talvez seja a mais pura verdade.


As vezes o que mais queremos é importar pra alguém e as vezes quem se importa conosco se magoa por isso.


Temos vergonha de nos expor mas queremos ser notados. Queremos emoção em nossas vidas, mas morremos de medo do perigo.


Queremos todas as conquistas possíveis, mas não queremos deixar de ser crianças


Nunca estamos saciados, satisfeitos. Ou estamos reclamando de "barriga cheia"?

sábado, 16 de agosto de 2008

...

"Não esqueça os elogios que receber
Esqueça as ofensas.
Se conseguir isso... ME ENSINE..."

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Eu Sinto Saudades...

EU TENHO SAUDADES
de tudo que marcou a minha vida...
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz,
quando me lembro do passado, eu sinto saudades...

SINTO SAUDADES
de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não
mais falei ou cruzei...
SINTO SAUDADES
da minha infância,
do meu primeiro amor,
do meu segundo,
do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou vir a ter,
se Deus quiser...
SINTO SAUDADES
do presente, que não aproveitei de todo,
lembrando do passado e apostando no futuro...
SINTO SAUDADES do futuro, que se idealizado,
provavelmente não será do jeito
que eu penso que vai ser...
SINTO SAUDADES
de quem me deixou
e de quem eu deixei,
de quem disse que viria e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter
a oportunidade de conhecer.
SINTO SAUDADES
de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos,
de experiências...
SINTO SAUDADES
do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava totalmente,
como só os cães são capazes de fazer,
dos livros que li e que me fizeram viajar,
dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade;
Quantas vezes tenho vontade de encontrar
não sei o que,
não sei aonde,
para resgatar alguma coisa
que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que
poderia estar sentindo SAUDADES em
japonês, em russo, em italiano, em inglês,
mas que minha saudade,
por eu ter nascido brasileiro,
só fala português embora, lá no fundo,
possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre
a língua pátria, espontaneamente,
quando estamos desesperados,
para contar dinheiro, fazer amor
e clarear sentimentos fortes,
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I Miss You",
ou seja lá como possamos traduzir SAUDADE
em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado
da nossa palavrinha.
Talvez não exprima, corretamente, a imensa falta
que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais SAUDADES...
Porque encontrei uma palavra para usar
todas as vezes que sinto este
aperto no peito, meio nostálgico,
meio gostoso, mas que funciona melhor
do que um sinal vital quando se quer falar
de vida e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,
de que amamos muito
do que tivemos e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
SENTIR SAUDADES é sinal de que se está vivo
e a vida, mesmo com tantas saudades,
depois dos amigos,
é o bem maior que possuímos!

sábado, 2 de agosto de 2008

Saudade - Miguel Falabella

Em alguma outra vida, devemos ter feito algo de muito grave, para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa,
dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta quenão se encontra mais.
Saudade do pai que morreu,
do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais doloridaé a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia semvê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabecomo deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald’s;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos.
É não querer saber se ele está mais magro,
se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama,
e ainda assim doer…
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...