sábado, 11 de janeiro de 2020

Sábado

Sábado, você poderia estar aqui, você poderia existir. Iríamos ver algum filme e ficar discutindo por horas e horas, ou então, a gente senta em silêncio na varanda do pequeno apartamento e ficamos em completo silêncio vendo o movimento das luzes amarelas e vermelhas dos carros que se aventuram pelo sábado a noite.
Ultimamente tenho pensado mais em mim do que em você, na espera, nessa fogueira que acendo desde que me senti plenamente capaz de amar alguém. Talvez eu sinta um amor grande pela espera e neste tempo todo que eu passei a esperar e sonhar com você, eu te deixei ir, talvez eu (e muitos outros) deixei o amor partir por acreditar que o verdadeiro estava próximo, talvez comprando algo no supermercado.
Às vezes me sinto ridícula por alimentar utopias românticas que não cabem mais neste mundo, uma ligação na madrugada, você tocando o interfone ensopado pela chuva de verão, cada parte do seu sorriso dizendo que me ama, ando vendo muitos filmes. As pessoas que amei escolheram outros caminhos, sentimentos ruins e pessoas melhores do que eu.
Eu fiquei aqui, imaginando noites de sábado, escrevendo bobagens e ficando com os cabelos grisalhos, vendo filmes antigos e suspirando em uma janela acesa às 3h47 da manhã. Penso que talvez seja o destino, escolha ou apenas melancolia que sempre me visita aos fins de semana.
E se você existir em outro apartamento com a luz acesa.
Durma bem!

Texto: @zmagiezi

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